Morte à Musa
como bruxa ela foi caçada
e sua sentença
enfim decretada
que seus sonhos
e tua mente
dela seja decapitada
que dela não pertença
mais teus versos
teus sorrisos, e sua inspiração
que queime junto dela o teu coração
que nada mais reste da poesia de ontem
porque não haverá amanhã
mataste a musa
e jogaste ela a própria
sorte
sem rumo, sem norte
sem braços onde repousar
sem calor do infinito teu, neste pensar
somente o pesar, de uma lembrança
que entre palavras se fazia a dança
que hoje não mais existe, mas persiste
porque o poeta
não mais lhe sente
as costas, o vulto enxerga
é teu destino
vagar por entre milhões de siginificados
insiginificantes
pois tua musa sem cabeça
queima e chora
diante de teus passos
em direção a outro horizonte ...