Morte à Musa

como bruxa ela foi caçada

e sua sentença

enfim decretada

que seus sonhos

e tua mente

dela seja decapitada

que dela não pertença

mais teus versos

teus sorrisos, e sua inspiração

que queime junto dela o teu coração

que nada mais reste da poesia de ontem

porque não haverá amanhã

mataste a musa

e jogaste ela a própria

sorte

sem rumo, sem norte

sem braços onde repousar

sem calor do infinito teu, neste pensar

somente o pesar, de uma lembrança

que entre palavras se fazia a dança

que hoje não mais existe, mas persiste

porque o poeta

não mais lhe sente

as costas, o vulto enxerga

é teu destino

vagar por entre milhões de siginificados

insiginificantes

pois tua musa sem cabeça

queima e chora

diante de teus passos

em direção a outro horizonte ...

Gammy
Enviado por Gammy em 05/05/2010
Reeditado em 05/05/2010
Código do texto: T2238520
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