ALMA ERRANTE

 
 
Oh! Alma errante, que caminha a passos lentos
e às cegas, tropeça nas pedras de uma estrada
mal traçada, que se fez labirinto...
Cujos sentimentos entram e saem
sem fixar morada num  coração
e se inebria de prazeres em diferentes corpos,
sem pertencer a nenhum... Vã ilusão!
 
Que sacia a sede de desejos passageiros
e foge... Não se entrega,
nunca permanece para saber se amado foi
ou para aprender a amar.
Seu corpo padece, adormecendo emoções,
expiação imposta nesse seu andejar.
 
Refugiado na solidão, não consegue
sentir o sopro da Paz,
pois nunca pensa em parar,
construir um ninho seguro, onde possa aportar
e se entregar por inteiro,
 tudo é tão fugaz!
 
Nesse intrínseco afã de voar sem destino certo,
faz dos seus momentos sonhos incertos
que o tempo certeiro transformará em vã poeira.
Oh! Alma errante vem! Aqui estou...
Deixa-me aplacar essa inquietude,
ser seu farol e guiar sua alma cansada
para a calmaria da minha,
que sempre lhe pertenceu e acompanhou
com tristeza, seus deslizes e delírios.
 
Acalma sua ansiedade navegando
nas águas claras da minha serenidade.
Deixa-se ficar e chegará o dia onde
aprenderá o quanto é gratificante
amar e ser amado em plena sintonia,
em total  intensidade...
Permita-me ser sua metade e entenderá
por que uns amores pouco duram
e outros, se eternizam!...
 
2006
 
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 24/08/2006
Reeditado em 07/01/2013
Código do texto: T223823
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