Reencontro
Quando passares,
Se algum dia o fizeres por mim na vida,
Sejas envolvente na timidez,
Encubra tua nudez,
Tua pele tocada uma vez
Ainda com o manto dos meus olhos,
Faça-o, far-te-ei encoberta,
Vestida por minhas tentações.
Sentirás o falar das emoções
Recolhida as algemas do pudor,
Reverenciando, de antes, encontros,
Atos, nas calorentas e desgastantes noites.
Contrairás toda polidez legada,
O brilho nos cristais servidos,
Bebendo néctar envolvido
Nas cerejas macias do meu rosto.
Perceberás tanto quanto fomos,
Despojados hoje o que somos
Apenas, fragmentos dispersos.
Lamentarás quando a saudade vinda,
Fluindo pelos poros ainda,
Vapores de um tempo roubado pelo calendário.
Ah, quando passares!...
Nossos olhos farão um estuário,
As palavras negadas polarizarão,
Em silêncio te falarei,
Calada me falará,
Só que seremos tarde, tarde demais,
Para desvendarmos o mistério,
Os segredos do amanhã.