Labirintos
LABIRINTOS
Vejo prédios mudos
Ouço coisas absurdas
Arranha-céus
Porões imundos
Desenhos obscenos nos muros
Um sombra nas palavras
Que divide o berço
E satiriza o profano...
Vejo labirintos escuros
Amores em grades
Lábios em sussurros
Pela liberdade da alma
E da saudade...
A escuridão do vaga-lume
O profeta e o queixume
E a pimenta sem o ardume...
Mas...
Eis a força da mutação...
Vozes nos prédios
O real do absurdo
O toque nos céus
A saída dos porões
Desenhos da vida
O som da palavra
O balançar do berço
A fuga do labirinto
Amores e algemas
Lábios e beijos
Essências e flores
O túnel e o lume
O homem e o saber
Dois corpos e o ardor
Tudo em profusão
Em nome do idolatrado amor!
Tinga das Gerais