POSTAL

Assinava bilhete de amor

Em cartão postal

Longe, dizia te quero

Perto, era já vou

Na caixa postal

Falava do teu íntimo

Fechava portas e janelas

Antes de sair

Sorria depois do fim

Sofria no começo

Dormia em camas elásticas

Pra nunca pousar

Era um mar

Esse medo de amar

Ferida corria aberta

Coagulava a mágoa

De chegar

De onde partiu

Onde está

Nunca pisou

Nunca se aterrou

Recente mar

Mar- cante amor

Vem ser olho de furacão

Mar de paixão

Pra deixar de ser adeus.