BUSQUEI BONDADES

Só tristezas, amarguras, ódios,

dilacerações da alma, embates,

mundo cruel que fere, machuca,

não cura feridas, provoca tragédias,

ambições ocultas, busca de riquezas,

não importa danos, só vi amarguras.

Busquei bondades onde não existia,

ambientes promíscuos, dilacerantes,

o homem protagonista, cenário cruel,

teatro da vida só existindo vaidades,

nada além, onde farsas prevalecem,

amizades impuras, pecaminosas até.

Corrigi meu barco que estava à deriva,

no mar revolto de minhas ansiedades,

e busquei paragens nas simplicidades,

onde vi o amor querendo até sorrir,

pois uma criança foi quem me acolheu,

e aos pais tão pobres então me levou.

Na casinha simples enfeitada de flores,

recebi acolhida de plenos sorrisos,

e a mãe carinhosa ofertou sua mesa,

com alimentos escassos, mas o que tinham,

e generosas preces antes de comer,

agradecendo o pouco que ainda restava.

Nesse porto encontrei então só bondades,

nele ancorei meu barco que quase naufragou,

pois percorri mares onde tinha avalanches,

e na serenidade onde o mar então se acalmou,

vi a felicidade reinando em corações tão puros,

e a criancinha me convidou para brincar na areia.

01-05-2010