O POETA DOENTE

Quando te olho eu sinto o tempo parar;

Pra junto a mim admirar tamanho diferencial;

É como se a pedra filosofal fosse algo fácil de encontrar;

Numa alquimia singular entre o deslumbrar e o surreal!

Eu não consigo decorar tantos caminhos sedutores;

E avaliar os múltiplos fatores que me prometem para ti;

É a compulsão de ir, em meio a um espiral de dores;

Um fogo cruzado entre antagônicos valores, com espinhos e flores a interagir!

Teu corpo é canção de ninar e me dá sono nesse vôo;

Pois quando adormeço perdôo toda profana pureza;

Quando o pecado é regado à beleza do tom da incerteza que entôo;

Desse doce eu nunca enjôo, pois tua boca é a minha certeza!

De sorte que nunca condeno o tempo que em ti se estaciona;

Haja vista que meu coração se apaixona quase que diariamente;

A tua imagem é simplesmente o meu mais grave sintoma;

Porque sou o poeta que muito te ama: por ti viciado e doente!

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 30/04/2010
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