A INFINDÁVEL CERTEZA DO QUE NÃO SEI

Contrito de ser eu

Acerco-me do que não sou

Desconheço se mesmo amei,

Ou se preso ao furor da matéria

Fui movido pela ilusão

De uma fera aparvalhada

Que olha faminta, través a janela

O descair da chuva no jardim,

Paralisada em comovente espera

Ah, aflição de te amar, ou não...

Faces de anunciada tragédia

Ao menos reina o destemor!

Ignorar se mesmo odiei

E constatar pelo mau-jeito,

Jamais pela mente,

A infindável certeza do que não sei