Engenho de Verbos

Ao nascer a primeira estrela

Mergulho em meus reversos,

Tendo ao meu lado o silêncio

Pleno pelo tempo, suave pela voz

Deixando-me ouvir, me deixando sentir

O afago no peito, a nota na face!

Enquanto a noite caminha

A imagem fica clarividente

Ao murmúrio do mar,

Escrevendo em frutos, em pérolas

O doce que vem do lábio,

A estrofe vinda do seio, do veio sereno!

Dentre as pautas,

Um engenho de verbos inebriados

Traduz em desejos, a forma, o gosto,

O poema do pecado amor,

Dilatando segredos em pétalas,

Mistérios em gozos e ritos de paixão!

Já é madrugada

E as paredes mudas estão,

Mas o falar dos ventos

Ecoam ainda em lirismo e sofreguidão!

Auber Fioravante Júnior

23/04/2010

Porto Alegre - RS