Foi apenas um sonho…

No meio do Grande Silêncio

Onde poucas coisas

Merecem lutar

Por elas

Vi a tua presença

Mas não sabia

Se tinhas acabado de partir

Se vinhas para ficar…

Observei o brilho dos teus olhos

Luminoso

O meio das cinzas

Em que se tinham transformado os meus sonhos

Esse brilho

Passou a ser o meu bem mais precioso…

E falámos

Falámos de coisas

Que a mais ninguém interessam

Falámos da tua condição

De tu seres mulher

E eu ser homem

E de eu desta forma te querer…

Uma conversa

Na qual floresceu

O que nos unia

Obliterando o que nos separava

Disse eu então

Que tinha descoberto em ti o amor

Que eras tu

Que me preencherias

As noites de insónia

De suprema criação

Que me irias iluminar os dias

Que achava

Sem magia

E ao ouvires estas palavras

Aceitaste ser a dona do meu coração

Incondicionalmente

Sem qualquer tipo

De premissa ambígua

Sem qualquer tipo de contradição

E eu ali fiquei contigo

Mão na mão

A ver florescer a aurora final

O principio de tudo

A Suprema Imensidão…

Foi apenas um sonho, mas vale mais ter um sonho do que uma realidade sem esperança…