Clandestina paixão

Eram os teus olhos que me encantavam além da fronteira,

Onde lá fui buscar teu apego,

Tantas foram as nossas fugidias e arteiras,

Que ainda hoje me metem medo.

E éramos dois de mãos dadas a nos esconder,

Dos olhares da gente toda ao redor,

Fugimos de tudo por não se conter,

Dessa vontade se ter um bem maior.

Esse bem imensurável que se chama entrega,

De viver tudo como se fosse o último momento,

Em que sabíamos que entre nós não se nega,

Desde um beijo ou até um pensamento.

Mas a clandestina paixão quase proibida,

Onde preconceitos caíram em decantamento,

Onde até mesmo insegura era vivida,

No ardor de não frear o sentimento.

Eis que agora nada disso interessa,

E a cada hora se desejam mais,

E a clandestina paixão me dispersa,

À aventura, ao medo e aos teus sinais.

Izabel Bento
Enviado por Izabel Bento em 28/04/2010
Reeditado em 28/04/2010
Código do texto: T2223970
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