Ao te ver passar
Senti perfume
E enlouquecido de ciúme
Aos teus pés, fui me prostrar
Só pra me fazer presente
Tão perto, à tua frente

E assim
Umedeci-me do bálsamo alcalino
Por entre o teu mantéu
E recordei
O meu destino
Amargo como fel

Um vulto ali, me aprisionou
Um beijo em minha boca
E percebi que poderia amar
E o teu corpo
Ainda que em mil anos
Desejar

Despiu-se à minha frente
À luz da relva, bailando inconseqüente
Traiu minha inocência
Tratou meu coração tal qual menino
E, num ato frio e desatino
Pedi tua clemência

Não permiti sofreguidão
E atordoado
Temi a maldição a me envolver
Pois dos mistérios do nosso passado
Sou dos dois, o único
A não perceber

Que o encanto é meramente fantasia
Talvez da minha própria hipocrisia
De ainda, obstinado
Novamente desejar
Um breve instante
Eterno amor, eterno olhar

Texto concebido pela beleza e pelo encanto de uma linda mulher.
O Guardião
Enviado por O Guardião em 22/08/2006
Reeditado em 21/01/2008
Código do texto: T222294