Um certo sabor de saber a Ti…
Há um suspiro calado no céu
Que desconheço
Se é meu
Se é teu
E se calhar não passa disso
Um céu…
Com estrelas à noite
Com sol e nuvens de dia
Com a paixão dos poetas e dos amantes
Espelhada numa vasta luminosa escuridão
E a monotonia
Quando brilha o nosso astro maior
Em jornadas e horas
Que não reconheço como minhas
Apesar de lá viver
Prefiro a noite
Para sonhar
Lavar a alma
Me rejuvenescer…
E no brilho do luar
Reconheço o belo que há em mim
O belo que há em ti
O brilho dos teus olhos
Que valem mil vidas
O brilho mais belo
Que em mil encarnações
Eu vi…
E do fundo de um inexorável tempo
Aparece-me a tua voz
Aparece-me a tua presença
Aparece-me quem és para mim
Que esse tempo não apaga
E que uma chama perene de esperança
Ela alimenta…
Porque te amo
Do princípio
Ao fim de um século
Na eternidade de um segundo
Da minha existência
De múltiplas dimensões
De um amor que ficou
E que ficará
Porque se com o amor
Sou um desastre
Com o amor
Sou uma fortaleza
Na dicotomia dos sentidos
Das minhas infinitas contradições
Na lógica
Que no fundo de mim
Sabes bem que eu tenho
E eu sonho
Enquanto
Desenho nesse céu inicial
Para ti
Mais um distante
E táctil beijo…