Eu sei…

Que vivo

E que um dia

Hei-de morrer

Mas nessa altura difusa

Não estarei aqui

Para tal ver…

Que devo ficar

Em vez de partir

Mas tenho que estar sempre em movimento

Pois em descanso

Nunca sei

Para onde me dirigir…

Que o sol se põe

Em diferentes locais

Consoante as estações do ano

Que também são o reflexo

Dos meus ideais

Que são sempre os mesmos

Sofrendo apenas pequenas alterações sazonais…

Que te amo

E que isso me faz doer

Mas nunca concebi o amor

Sem ser uma forma

De estranhamente sofrer

Porque o amor

De certa maneira me corrompe

Enquanto também me faz sonhar

O amor faz-me ver estrelas

Faz-me aproximar de um certo abismo

Na dualidade

De imensos sentidos

No meio de imensas tempestades

Que me são essenciais como a paz

Porque a monotonia dos dias

Nada de novo me trás

Porque navego

Na cauda da tempestade

Na calmaria

Que é a minha natureza

Porque sem esta dicotomia existencial

Numa teria

A minha forma tão própria

E tão característica

De Eternidade…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 26/04/2010
Código do texto: T2219998
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