SUAVEMENTE

SUAVEMENTE

Joyce Sameitat

Caminho qual plumas esparsas suavemente;

O coração se enrosca em meus pensamentos...

Não que isto seja incomum mas não é freqüente;

Piso de leve em nebulosas feitas de ventos...

Enquanto que minha alma gesticula ardente;

Para onde ela deve ir ou então se virar...

Faz isto como que se fosse um sonho somente;

Do qual eu sem querer estou a partilhar...

Sou plumas coloridas em cima das águas do mar;

Que por baixo dos meus pés ondulam e cantam...

Me sinto mais etérea ainda que o próprio ar;

Meus fios de idéias se espantam e encantam...

Por entre as pedras onde as ondas arrebentam;

Tenho um vislumbre de você a minha frente...

Alma e coração dão-se as mãos e esquentam;

Ao sentirem meus olhos e lábios frementes...

Começa a tua figura a se desfazer como sempre;

Eu corro tentando um pouco de você segurar...

Mas o teu vulto é tão frágil e evanescente;

Que só consigo mesmo gotas de água segurar...

Todos os dias volto esperando te ver a minha frente!

Neste modo tão meu de estar a beira do inconsciente...

Que talvez pela surpresa eu te pegue suavemente...

Antes que você tenha sequer tempo de me notar...

São Paulo, 25 de Abril de 2010

Joyce Sameitat
Enviado por Joyce Sameitat em 25/04/2010
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