Desdém
Pode zombar de mim, me achar fraco,
Infantil, careta, ou qualquer coisa assim...
Pode me desprezar contando as façanhas
De seu novo amor e me jogar na sarjeta.
Pode fugir de mim quando estou a um
Passo de lhe tocar, só pra ver minha cara de bobo.
Pode dizer que meu amor era pouco, pequeno,
Insuficiente, que era amor de transição, passageiro...
Pode fingir sofrimento que eu socorro
Suas fantasias, alimento seus fetiches, para ser
Mais um no carnaval de suas vaidades.
Mas olhos e olhares iguais ao meu,
Como menino pobre em vitrine de doces,
De verdade, você nunca mais vai ver!