VOCÊ BEM PERTO

Ainda ontem eu falava para mim mesmo

Que tua ausência não me tocava mais.

E agora me aperta o peito,

Quando vejo-te de braços com quem bem te faz.

Sobe à cabeça a repulsa do instinto humano,

Que vai além de apenas sentir o ciúme.

É como se faltasse em meu viver,

A ilustração perene do próprio verbo, você.

Disfarço o pranto, desfaço o consolo, e retorno,

A tudo aquilo que falei em outros dias.

O não mais querer, transforma-se em querer demais, a toda a prova,

E tudo em volta me sufoca pelo que tu não querias.

Arremato a conversa de quem ali me faz companhia,

E continuo a perceber o mundo detendo-me ao espaço da mesa.

Minha mente agora divide-se entre ficar ali e passear pelo teu subconsciente,

Para ir até a ti, ouvir de tua boca, falar em teu ouvido e assim ter a certeza.

Os passos sutis até se atrevem surgir,

No entanto a percepção do segundo não me permite confessar.

Ainda há marcas em mim, principalmente no meu interior,

E uma voz em meu ouvido, diz-me que a verdade é te amar.

A vontade devora os meus sentidos,

Mas não posso conduzir a minha felicidade em cima dos teus erros.

O que sei é que me prendes, dominas e me enfeitiças,

Na imensidão do meu amor, absorvo todos os meus desejos.

Rônet Alves de Matos

Aracati-CE, madrugada de 21 de abril de 2010.