CANTADA
Em bilhetinho ordinário
De papel de cigarro
De borda, borda prateada
Escrevi o francês mais cativante
Pois, em negrito, ecoava deslumbrante
Teu nome em letras garrafais.
Je aime, te quero
Beaucoup, é muito o querer!
E ordinário, como sou
Te passei o rascunho
Meditando filosoficamente
As mais lascivas palavras do ato de amor.
Com sorriso nos olhos
O sorriso malicioso de sempre
Tu me deixas-te em riste
E aproveitando-me da úmida abertura
Dos teus lábios rosados
Lábios que só teu sorriso me oferece
Penetrei no teu corpo de cabeças
Com carinho
Muito Amor
E Ternura.
Pois ordinário sou, como o papel de cigarro prateado
Do billet en français
Que dediquei a ti
Ma Petit
Menina.
Marco Antonio Cabral Pereira