LÁGRIMAS DE CHUVA

Permita-me ser poeta, pelo menos mais uma vez,

já que homem não posso ser mais.

Agora há pouco,

enquanto meus olhos viajavam

sobre as páginas de um livro,

lembranças surgiram em minha mente,

feito nuvens cinzas carregadas,

meus olhos ficaram nublados

e lágrimas de chuva rolaram peito abaixo.

Minha poesia

faz rir,

faz chorar.

Minha poesia

já fez alguém amar.

Poeta e homem se confundem.

Às vezes são um só,

outras vezes brigam entre sí,

e existe o tempo em que juntos,

ambos nada são.

Escrever é transpirar o sentimento

pelas pontas dos dedos.

É o desabrochar de idéias

que vão surgindo no fundo branco

feito flores num dia de primavera.

Sem pedir licença,

sem qualquer aviso,

faço você de inspiração.

Já tenho o silêncio como resposta,

espero em vão,

um sinal de alento,

um abraço, um toque de mãos.

Queria ter o controle

sobre aquilo que é incontrolável.

Dar as boas vindas ao dia que nasce

e despedir-me da madrugada

como se ela fosse minha amante,

com beijos lascivos,

e não com os olhos pesados

fitando o horizonte insone.

Deep Blue
Enviado por Deep Blue em 23/04/2010
Código do texto: T2214927
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