Movo-me

Não... não tenho medo de escrever... Mesmo quando os versos não saem... Mesmo que a garganta prenda cada sílaba...
Não!... Definitivamente, não me assuste com os verdes campos de trigo...
Salva-se tudo... Até os precipícios...

Lacunas, entre o firmamento e o ar... Quem sabe eu ainda misturo na paleta de cores. Teria o céu, colorido em ocre... Teria o chão, com o azul redobrado...
Não! Não gosto das cores que são únicas... Gosto da reviravolta jogada nas paredes disformes... Ou lisas... Úmidas!

Cantei, na montanha mais alta, os versos lançados ao vento...
Corríamos soltos... Jogados ao chão... Eu e o meu catavento.

Sei das artimanhas dos sons... Sei das vestes que garimpo com os olhos...
E o mundo tem o caráter adornado pelas vontades que se calam...

Moinhos de pedras... De trigo... De vento...
Destino lento... Sorriso franco.

14:18