CIUMEIRA
Noite escura, lua cheia,
Gente tanta marcando bobeira.
Corre o tempo que não passa
Ladeira acima, ladeira abaixo,
E nós aqui, lado a lado,
Envoltos em ciumeira braba.
Olhares furtivos, olhares ousados,
Pensamentos prá lá de assombrados.
Que besteira brigar por tudo e nada,
Trocar palavras duras, ingratas,
Tudo por causa dessa ciumeira braba!
Paciência santa é a palavra-chave
Prá suportar tamanha pirraça
E fazer de conta que houve nada,
Sorrindo de leve um riso sem graça,
Afim de enxotar essa ciumeira braba.
"Ciumeira, ciumeira,
Por tua conta, quanta bobeira!"
E nós aqui, lado a lado,
Querendo um beijo, um abraço apertado,
Coração choramingando, acanhado,
Vixe! Tudo por culpa dessa ciumeira braba!
Mas lá vai ela, saindo de fininho,
Que o Amor, chegando de mansinho,
Vem afastar o que era estrago, esse fiasco.
E tudo volta ao que era dantes,
Pois fala o Amor ao coração-amante:
Ciumeira aqui, só de passagem!