eu amo tanto seus olhos

Seus olhos me mostra o que esqueci de mim.

Tempera de saudade, o tempo que desprezo.

Com eles, a dança, esse tremor que satisfaz a vida

Alcança minhas mãos, minha casa, meus sapatos.

Me distrai de alturas e do tédio dos andaimes.

Guardo dos seus olhos, a parte que te escapa.

O brilho bêbado, o cansaço, a rigidez dos bronzes.

O beijo, um Conto, uma vontade azul.

O céu costurado de lua e de frutas.

O caminho do sol ou da lua.

O sabor de um feriado com açúcar.

Seus olhos brincam

Como de roda, brincava a infância comigo.

Tem uma radiola nos seus olhos

Um pincel

Uma caneta que ri

Um cheiro de cada canto da terra.

Minhas mangueiras.

Meu jardim e o cheiro amarelo do vento da manha.

Amo tanto seus olhos

Porque tem neles o sabor de um tempo ainda já derramado.

lágrimas não choradas, ainda

tem neles, ainda pulsando,

uma tempestade de cordas coloridas.

e todos os domingos do mundo

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 22/04/2010
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