Rosa do amor
Ó flor que nasce nos bosques mais formosos,
Em teus olhos pairam celestes céus
E neles há desejos misteriosos...
É dócil até o pranto que vai surgindo
Como orvalho vertido em gotas de cristais
Por tua cândida face e tecem véus
De imensurável esmero e vem vestindo
A delicadeza de um silvestre lírio...
Teus cabelos são pássaros dourados
Bailando no sopro das brisas matinais
Em cada olhar sem toque é um martírio
Teus lábios são prazeres rabiscados
Coberto de essências de jasmins e rosas
Eles são vinhas de frutos saborosos
Um Oasis de desejos que vão queimando
Tal fogueira nos fins das tardes invernais
Teus sorrisos são brumas fabulosas
De versos cantados num acorde brando
Derramam fragores tão harmoniosos
Movem-se lentamente em gestos cordiais
Ó nobre flor revestida de primores
Tens o sabor do pecado e divindade
És prisão invisível, és liberdade
Nos teus olhos flama um louco desejar
Numa imensa ânsia de ser amada
Como um jardim que ama em silêncio as flores
Deixa na areia uma letra marcada
Pra sua angustia ser levada pelo mar...