Noite de Exílio

Ando calada a passos lentos

Os pensamentos perdidos

No breve mundo dos sonhos

Cabelos ao vento, acalento

Brisa suave que me afaga

É como se dedos tocassem meus lábios

Então, repentinamente te sinto

Doloridamente vivo em meu seio

Sufocando minha triste voz

Nublando meu ébrio olhar

Com lágrimas que eu não queria

Que por você rolassem _ Você não as merece!

Em minhas narinas adentram-se perfumes suaves

Das flores que ladeiam o meu caminho

Enquanto eu andando sozinha

Vou tentando te esquecer...

As lembranças vêm furtivas

Cálidas como a escuridão da noite

Ferindo-me como um açoite

Abrindo em minha carne feridas

Estrelas ao longe cintilam, fugazes

Mas tão longe de minhas dúvidas

Que não ouso desejá-las

Não nasci para esta luz que eu quis!

Mesmo que em sonhos procuro

De algum modo ser um pouco feliz

Não me sinto desse mundo

Nem neste mundo existir

Apenas como um infeliz exilado

Um pícaro apaixondo, condenado

Por um crime que eternamente vai sentir

E nesta noite de fantasias sombrias

Fria e com cheiro de flores

Neste recanto de dores onde só ouço meu pranto

Cantado, fadado em dolorosa elegia

Adormeço mais uma noite

Esperando despertar em um dia

Em que trouxe o eu que você levou de mim...

Viviane Tavares
Enviado por Viviane Tavares em 21/04/2010
Código do texto: T2210578
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