Noite de Exílio
Ando calada a passos lentos
Os pensamentos perdidos
No breve mundo dos sonhos
Cabelos ao vento, acalento
Brisa suave que me afaga
É como se dedos tocassem meus lábios
Então, repentinamente te sinto
Doloridamente vivo em meu seio
Sufocando minha triste voz
Nublando meu ébrio olhar
Com lágrimas que eu não queria
Que por você rolassem _ Você não as merece!
Em minhas narinas adentram-se perfumes suaves
Das flores que ladeiam o meu caminho
Enquanto eu andando sozinha
Vou tentando te esquecer...
As lembranças vêm furtivas
Cálidas como a escuridão da noite
Ferindo-me como um açoite
Abrindo em minha carne feridas
Estrelas ao longe cintilam, fugazes
Mas tão longe de minhas dúvidas
Que não ouso desejá-las
Não nasci para esta luz que eu quis!
Mesmo que em sonhos procuro
De algum modo ser um pouco feliz
Não me sinto desse mundo
Nem neste mundo existir
Apenas como um infeliz exilado
Um pícaro apaixondo, condenado
Por um crime que eternamente vai sentir
E nesta noite de fantasias sombrias
Fria e com cheiro de flores
Neste recanto de dores onde só ouço meu pranto
Cantado, fadado em dolorosa elegia
Adormeço mais uma noite
Esperando despertar em um dia
Em que trouxe o eu que você levou de mim...