Ah! Quanta saudade a vida nos traz...
Ah! Estes “impossíveis” que queremos
E a vida não nos quer dar...
Essas dores silentes
Que se transformam em lágrimas quentes
Nas noites sem luar...
Ah!... Como dói a lembrança
Dos queridos que se vão
Para não mais voltar...
E fica latejando a saudade
E a vontade de vê-los
E, de novo, os beijar...
Ah! Este grande amor que acompanhou-nos na vida
E hoje é esperança sentida
Com gosto de quem não vai mais voltar...
Ah! As grandes tolices cometidas
Em nome do Amor que aqui já não mais está...
A porta da casa continua sem trinco
E, quando o vento a empurra,
Eu corro à porta, descalça e nua,
Esperando que vás chegar,
Mas é o vento, triste lamento,
Que me faz acordar...
Quero, de novo, sonhar com as chegadas!...
Um vulto que eu via de longe
E me esperava nas manhãs de inverno ou de verão
E quando me via, me tomava nos braços...
Quero esquecer, de novo, todas as partidas,
Onde minhas lágrimas rolavam... Mas havia a esperança
De novas chegadas!... E agora... Nem isso tenho!...
Vivo da insegurança
Tendo apenas lembranças
E saudades...
Um banco de madeira
À sombra de uma acácia em flor
Em meio a um jardim...
Ah! Estes “impossíveis” que queremos
E a vida não nos quer dar...
Essas dores silentes
Que se transformam: são lágrimas quentes
Em noites sem luar...