Espasmos

Cada vez que você aparece, eu cresço.

... Um alívio, que mereço!

Quando vejo sua presença à porta,

O bom em mim acorda,

Quer abraçar,

Quer acarinhar...

É instantâneo,

Instinto subcutâneo!

O seu sorriso

Reposiciona meu juízo.

Fico olhando os seus lábios,

Imaginando o que diriam os sábios...

Passo a mão pelo seu rosto

Delicadamente,

Rompendo tudo o que foi imposto

Decisivamente,

Uma rebelião sensual,

Que atinge, em cheio, o sensorial.

Gosto de percorrer sua coluna,

Sem pressa alguma...

Até chegar à nuca,

Onde o desejo se aprofunda

Explodindo em beijos

Até chegar ao queixo.

Estanco para respirar

E na sua boca mergulhar...

Avidamente,

Demoradamente,

Caprichosamente,

Intensamente,

Fazendo nossas peles arrepiarem-se,

Nossos pelos eriçarem-se...

Acendemos a chama,

Que ao prazer conclama.

Puxo você pra cima de mim,

Para desfrutarmos do sim...

Do que a vida tem de melhor,

Do que nos conduz ao maior...

Criamos um novo sentido

Para a palavra entrega.

Nossos corpos na mesma reta

Improvisam gemidos.

Daí em diante,

A cada instante,

As fronteiras dos corpos

Ignoram os poros.

Mesclam-se,

Misturam-se,

Confundem-se,

Diluem-se...

Damo-nos as mãos.

Abandonamos o chão...

Já, sem domínio

Sobre os próprios destinos...

Arfantes,

Amantes,

Lançamo-nos no espaço,

Em meio a espasmos...

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 21/04/2010
Código do texto: T2209780