memórias do cárcere
        Memórias do Cárcere
Cibele Carvalho
 
 
Sua alma estava aprisionada,
sua liberdade cerceada,
quem estava ali, não era ela
- pequena, cativa, amedrontada.
Do seu rico mundo interior,
nada era mostrado - nada!
Trazia a alegria amordaçada
- não queria ser mal interpretada.
Fenecia um pouco a cada dia,
como uma planta que fora mal podada.
Um dia, viu-se posta em liberdade
- ela era muitas, na verdade -
e não sabia a quem seguir primeiro,
ficou um pouco desorientada.
Tomando as rédeas da situação,
resolveu seguir seu coração.
E a cada dia ela deixa vir à tona
uma parte sua não mostrada
- solta, livre, liberada.

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RJ,10/02/10