Amor feito de saudade...

Ah...esse túrbido e incessante 
rio rastreador
que de pedra em pedra
rumoreja nossa vida,
deixando em seu caminho 
doces  lembranças.

Depois sem querer  te vejo 
ressurgindo,
como neste  dia claro em que 
a luz ilumina
esse teu rosto afogueado 
pelo champanhe,

daquela noite que clareou 
muito de repente,
que nem pude sentir direito 
essa tua paixão,
porque você se ausentara
de meus desejos.

Às vezes meus pensamentos 
voam dos teus,
e me encontro por instantes
preso a teu ar
que ficou distante com um 
sabor de saudade,

porque você sempre será 
a tua ausência de mim,
para que eu seja também esse 
olvido de você.
Ah...rasgos de tempo,
das lembranças criados !

Depois sorrindo você vem me 
dizer que me ama,
e eu acabo te  devolvendo o 
mesmo impávido sorriso,
como se nosso esquecimento 
fosse bem normal.

Você  amando todas as perfila-
das madrugadas
nos braços das finas auroras 
cobertas de névoas,
onde  beijos mais agrestes se
combinavam com sôfregos 
desejos,

que eu nem queria lembrar 
porque 
não era feito de 
lembranças que pudessem 
lavrar e semear
aqueles mesmos encantos das 
nossas noites de cristal.

Sim amor...finalmente você 
chegou com sabor
de champanhe que o arguto 
tempo foi destilando,
até que sem se esperar,
em teu colo quente
caiu aquele livro já todo aberto, 
insinuando doces ilusões.

Ah !!! 
Dona Flor e seus Dois Maridos...!!!
Ah !!! Delícias...


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Autor: Cássio Seagull
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Poesia que fiz em 20-04-10 às 16 h em SP
Lua nova –  sol -  28 graus
Beijos e abraços para você...boa quarta... 
cseagull2@hotmail.com
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