Efêmera Vagina
Sou minha porém tua menina
Breve, tênue, fina e dura linha
Rosa dos ventos de tuas direções
Amada amante em tuas divagações
Cria d'um útero sem fim nem futuro
A luz da Lua por cima do "teu" muro
Da sombra que me envolve voluptuosa e sorrateira
Dar-te-ei uma única chance prosaica e derradeira
Inundo-te de luz, te possuo e te destruo
Te recrio em meu ventre, entre dentes te reconstruo
Púrpura dor de amor que me há de matar
No fogo de tua indecência eu hei de me incendiar
Obra minha, meu algoz, minha sina
Fez de meu peito teu catre, és o que me fascina
Santo pecado, fruto da dor e do prazer
Com o perdão te absolvo e dele hei de me refazer