Cena de Amor

Foi ali na soleira dos teus olhos

que debrucei a esperança dos meus

e ficamos a contemplar mistérios

que pousavam timidamente

entre uma felicidade e outra...

O contentamento, mais que asa

eram céu e voo, alçando sorrisos primaveris.

Foi ali ao beber tua alegria que descobri:

todas as estradas são retas e florescem tempo

quando não se tem medo de morrer.

E o que é morre, senão viver completamente?

Foi ali num abraço demorado

que as palavras aquietaram-se

e disseram adeus

num aceno de culpa e saudade

numa promessa de infinito e silêncio.