São só lembranças

Você está me ferindo com essas palavras duras

Que se trincam no silêncio dessa noite fria.

O luar está no céu iluminando minhas lágrimas

Elas escorrem desde que você me deu as costas.

O meu raio de luar desapareceu no caminho

E eu estou me perdendo no meio das pedras

Eu caí e não há porque levantar sem você aqui

Meu corpo permanece imóvel nessas chamas geladas

Nessa escuridão cortante. Meu olhos pálidos

Sofrem com a ausência tua.

A lua prateada está derrentendo no céu

E você não está aqui pra me salvar do perigo.

A minha alma está se perdendo num caminho sem volta,

Eu lembro daquela tarde no balanço

Você olhava pra mim com seus olhos intensos

E eu me via refletida na sua alma

O vento soprava naquelas flores da primavera

E teu sorriso brilhava pelo caminho escuro

Você completava cada lacuna vazia do meu peito

Você preenchia todos os espaços existentes na minha vida

E iluminava meu caminho quando o luar se apagava

Ainda lembro da velha choupana,

Dos galhos das árvores refletidos na parede

Do silêncio de duas pessoas abandonadas em lugar algum

E do toque dos teus lábios

Da sinceridade no brilho dos teus olhos,

Ainda lembro de quando eu era importante pra você.

Quando o luar se repartia pelos galhos da velha árvore

A testemunha das nossas eternas promessas de amor.

Você disse que seria para sempre

Mas hoje eu estou aqui, revendo um poço de memórias estúpidas

Que machucam por me lembrar

Que você ainda é tudo no meu mundo

E eu já nem existo nas suas lembranças.

Eterna somente a dor por ter te amado tanto

Quando sua capacidade de amar

É bem menor do que a minha vontade de dar a vida

Só pra te fazer sorrir.

Marina Dalmass
Enviado por Marina Dalmass em 17/04/2010
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