Sanefas
Existem milhões de coisinhas dependuradas no teto do teu quarto
Me parece até que você tenta inventar uma chuva de coisas boas
Sobre as nossas cabeças, cheias de maus pensamentos
Seriam gotas que quando nos atingisse, doer-nos-iam, quem sabe, a consciência?
Sons sós saem, soam das Sanefas sucintas
Sanefas que caem em forma de chuva do teto do teu quarto
E de que é feito o teto do teu quarto?
De concreto.... De Sanefas? Ou de sonhos?...
Oh como tu sonhas alto, com o que mereces muito
Do teto do teu quarto raiam mil sanefas
Vê-se claro também, a experiência serena
E a juventude gostosa
Oh Ana, teus versos progressivos!
Das coisas que enfeitam teu teto de quarto não vejo nada mais bonito que tu
Mas, menina, de que me valem aqueles barulhinhos metálicos das sanefas
Se, o que realmente gosto de ouvir é a tua voz?
E esta nem posso, gosto também das tuas palavras escritas...
Queria até mesmo ter-te em meus braços, sabes disso
Eu tomei até a liberdade de pensar que tuas declarações por versos...
Eram pra mim, oh menina, não fala se não acabo acreditando!
Sou menino que canta teu corpo, e respiro a tua alma, sem machucá-la
Para mim é difícil escrever a ti, versos de amizade, pela falta de costume
Quando o mais forte sentimento a ti me prende, como fazê-los?
Sei que tu és moça muito esperta, e mais inteligente que quem fala
Sei também que, das coisas de amor, muito compreendes
E quando por vezes foges de mim, é Ilusão pura?
Corro atrás de ti e te seguro a cintura! E tua ao menino não segura!
Mas, acalento meu sentimento no meu peito comprometido
Tenho um outro amor, e ganhaste um amigo.