ODE A SANTOS

ODE A SANTOS

Ilha Pochard, Pedra da Feiticeira, Boqueirão, Praia do Gonzaga...

Há muito tempo eu desejava te conhecer, Santos.

Há pouco tempo tive esta oportunidade.

Sabe, porém, como te vi inicialmente?

Fria

Triste

Vazia

Desconhecida

Inútil cidade, Santos!

Eu quis te ver

Cálida

Alegre

Completa

Amiga

Acolhedora, Santos!

O sentimento que me domina

Tornou-me uma idealista...

Ao invés de ver uma cidade

eu vi um ser humano...

Um ser criado com o turbilhão

dos sentimentos contrários

que me empurravam

para uma corrente insegura,

fazendo-me deslizar,

e despencar, após,

das cascatas do meu sonho,

em busca da cidade que virou

alguém,

em busca de alguém que era a cidade.

Não pude, por conseguinte,

Conhecer-te como desejava.

Olhava a cidade e via a pessoa,

procurava a pessoa e via a cidade.

Assim, a sinuosidade

do meu rio imaginativo

levou-me a te ver, em pouco tempo,

Fria e cálida,

Alegre e triste,

Vazia e completa,

Amiga e desconhecida,

Inútil e acolhedora Santos!

Santos, alguém

Santos, cidade

Santos que eu amo

Santos que se abriga sob a cidade

Cidade que abriga você, Santos!

Dalva da Trindade S Oliveira

(Dalva Trindade)

São Paulo, 23.07.1972

Observação: Significado de "Ode"

(Nesta poesia, uma homenagem, em uma época especial, a uma das Cidades que amo.)

https://www.significados.com.br/ode/