EIS O AMOR

O amor é uma palavra muito forte;

Que muitos que mal sabem discernir o sul do norte costumam propalar;

Que nada tem de efêmero ou vulgar, que chega a suplantar a morte;

Que muitos pronunciam por esporte, mas poucos já puderam desfrutar!

O amor não é o fruto obrigatório do romance ou da paixão;

Não cabe na ilusão do coração, nem pode ser medido plenamente;

É algo sobremodo transcendente e condizente com divina imanação;

Viaja vez por outra na emoção e faz o gelo da razão tornar-se lava incandescente!

Quem vai dizer de forma inerrante o que é o amor?

Será da mente algum doutor? Quem sabe o dramaturgo ou o poeta?

Quando nas veias do viver ele se injeta, não há quem seja tradutor;

Estranha síndrome de prazerosa dor, lei superior que se redige e se decreta!

É mal benévolo e bem impiedoso, é doação que se acrescenta;

Ninguém o inventa, é céu que aprisiona e libertária grade;

Sua alucinação é mais concreta que a realidade, nem mesmo o ódio lhe enfrenta;

Tem gente que fala e gente que tenta, mas poucos o experimentam de verdade!

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