O AMOR NÃO SE ESQUECE
Ela bem que tentou apagar os vestígios
Pelos vãos de uma história inacabada
Cacos esfarelados, pedaços de afeto
Despejam a dor no juízo em desatino
Horas opacas e frias de mais uma madrugada
Em um quarto desarrumado soluça a memória
Incapaz de apagar o nome que ecoa livre
Por todos os poros de seu corpo encolhido!
Olhar fixado nas lembranças em pálida vigília
Verte lágrimas da página que recusa ser virada
À procura incessante dos traços do amado rosto
E o que mais confessar-lhe, além disto, posto?
Se tamanha saudade é o vazio que grita para o nada:
- Qual o caminho quando o amor não se esquece?
Talvez, numa fresta qualquer, vislumbrasse sua rima
Ou reapareça, quem dera, numa próxima esquina
Para além do bem e tudo mais que lhe coubesse!
(*) TEXTO INSPIRADO NA ILUSTRAÇÃO
(*) IMAGEM: Google
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