AUSTERA PENUMBRA
Vou confidenciar
algo só meu, algo
que embora tenha ocorrido
entre dois, tem sido
o algoz dos dias meus.
São as palavras que
ainda se agigantam pelo ar,
além dos vestígios
de um gesto
indicando um adeus.
Ainda ouço o som de
uma porta se fechando.
Percorre por toda a
alma uma avalanche
de pensamentos,
estes, são alguns
dos companheiros
que me atormentam.
Depois então, o início
de um segundo ato,
e os atos seguintes, onde
se desenrolam as cenas do
melodrama de uma
solidão.
Pairam em derredor
e sem solução,
tantas indagações, como
a razão de não conhecer os
caminhos que impuseram
o viver em fragmentos
Cenas do último ato,
que depois de iniciados,
amordaçam qualquer
intenção
de se querer voltar ao
cimo do raciocínio.
Por fim, tenho por certo
que as horas de angústias,
são uma sentença punitiva
decretada pela austera penumbra.