Convém

Convém que eu fecho

meus olhos tristes

e pinte a noite iluminada,

solitária de Van Gogh.

Convém que os clarões

em névoa, que estampam

a dor incessante,suavizem

a escuridão dessa tristeza.

Convém que eu eternize

os sonhos: porcelana azul.

Flores, matizes, cores:

aurora em vitrais.

Convém que eu creia,

acredite no luar

permamente que ilumina

a maresia do seu ser.

Convém que meus passos incertos,

suspiros em nuvens de angústia,

sigam seu caminho-constelação:

estrelas e mistérios...

Convém que seu silêncio noturno

fale-me de amor eterno.

E acorde os meus sentidos dormentes.

E me faça renascer, na madrugada...

Convém que meu olhar

seja a Vida que lhe falta.

O meu sorriso, o oxigênio, o ar

que tanto precisa para viver.

Convém que eu esboce riscos e rabiscos:

minha alma em palavras.

E que você, agora,

compreenda...

SueliFajardo
Enviado por SueliFajardo em 18/08/2006
Código do texto: T219324
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