VERSOS ETERNOS

Por um momento repentino e por razões que ignoro;

Eu choro ao relembrar o grande amor da minha vida;

E a cicatriz adormecida é despertada por um lamento sonoro;

Negando-me o que imploro: que tal lembrança seja menos dolorida!

É claro que estou vivo e desde então segui o meu transcurso;

Porém seria mentiroso um discurso de paz mediante tal ausência;

Foge-me à consciência razão que explique tão elevado custo;

E ainda hoje me assusto com a dimensão dessa carência!

Talvez por ter sido tão incapaz de mentir para mim mesmo;

E não perder o gosto do começo, ainda que amargando o nosso fim;

Quando me vejo assim, noto que ainda transito a esmo;

Inalando teu cheiro, que ainda inunda meus pulmões de jasmim!

Sei que agi corretamente ao não cair pela sarjeta a lamentar;

E novas chances soube dar, para não soterrar o meu acesso interior;

Mas quando penso nesse amor, consigo novamente te inventar;

Pois não há como comparar, tal como o riso e a dor!

Já não seria novidade, se esquecido eu me tornei;

Mas agora eu lembrei que muitas vezes nos chamamos de eternos;

Sequer restaram vultos fraternos e o que sobrou de mim nem sei;

Mas asseguro que eu te eternizei no coração e nos meus versos!

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 12/04/2010
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