Avessos do entendimento
A minha dor jamais será a dor do mundo,
que não me entende de tudo,
que me consome a alma!
O que eu te disse era só meu
e tu, sem me entenderes, feristes as minhas palavras,
no dorso de certa lavra
que meu coração taquicárdico teceu...
Mulher minha, tuas ilusões nos conciliam,
tua liberdade é-me uma doce alforria
e o meu amor por ti é bem maior que tudo.
Tuas ânsias lêem a minha vida
e para tu viveres, desacreditas, esqueces, choras...
e o teu choro chega-me como triste despedida
que me impede apaixonado de ir-me embora.
És a única bela e doce flor de pedra que eu conheço,
cheia de tantos amores e de tantos medos,
cavoucando demais os nossos avessos,
adoecendo os nossos segredos,
sufocando-me de amor em toda boa hora.