ÓDIO BREVE
Ela chegou sob o transtorno de uma fera furiosa
Nada decorosa, verbalizando impublicável arsenal
Destilando sua mágoa colossal, jorrando sua cota venenosa
Incontrolável e insidiosa, exalando cólera descomunal!
A sua alma era a própria imagem do exposto traumatismo
E com total pragmatismo, sentenciou que dessa vez não tinha volta
Bradou seus termos com revolta, advogou-se com preciosismo
E decretou que o abismo para aquele amor seria a rota!
Seus argumentos eram fortes e seu olhar tinha convicção
O seu ferido coração aparentava-se incapaz de ali retroagir
Dizia não valer a pena insistir no que seria investir na ilusão
E assim rogou condenação à paixão que só queria lhe ferir!
Mas quando ele chegou, o seu olhar foi bem mais forte verbo conjugado
Um beijo roubado, fôlego abalado por instantânea invasão
Sem argumentação, amor no chão, forte e descontrolado
Ele se foi com ela do seu lado e o ódio expressado voltou a ser perdão!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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