AMOR
Eu te amo desde que vi o teu primeiro sacolejar de ancas,
Descendo as escadarias da Vigário,
Com cabelos longos e negros e castiços
Em tranças e soçobrando em tua bunda luaceira.
Amei-te com um amor raro, inusitado,
- Incompreensível até -
Encontrado somente em corações revestidos de platina
E nas almas diamanticamente azuis.
Estranho é me pegar descobrindo com um coração enferrujado,
Uma alma desleixadamente coberta de carvão
E tu os impregnando como se fosse um turbilhão irremovível,
Polindo e lapidando tudo com tamanho estardalhaço
Que até o silêncio dentro de mim despertou assustado. E limpo.
Isso sim é amor raro. O teu.