Intátil

Odeio pensar-te perto e sentir-te longe, inalcançável;

Queria poder tocar-te, tatear teu corpo, beijar-te leve,

Queimar sobre a tua tez, e, entre os teus dentes, tornar-me um pássaro,

Queria tornar-te minha, e entornar teus olhos sobre o meu colo,

E então lacerar distâncias, roçar tua boca em um instante breve,

Pender-te no meu pescoço feito um pingente ou um amuleto,

Soprar-te torrencialmente e chover-te forte e arder tua pele,

Queria reivindicar-te! Poder gritar-te, poder sorrir,

Queria querer-te em dobro, e que me quisesses exponencialmente,

Perder-me em perder-te em mim, e encontrar-me em ti, e em ti somente

Cercar-me dos teus ajustes, do teu disfarce de perfeição,

Roubar-te toda a verdade, e fantasiar-te, inexistente,

Encontrar toda tua verdade e teus sentidos, indecifráveis!

Queria todo o desejo, toda mentira, todo teu caos.

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 11/04/2010
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