Intátil
Odeio pensar-te perto e sentir-te longe, inalcançável;
Queria poder tocar-te, tatear teu corpo, beijar-te leve,
Queimar sobre a tua tez, e, entre os teus dentes, tornar-me um pássaro,
Queria tornar-te minha, e entornar teus olhos sobre o meu colo,
E então lacerar distâncias, roçar tua boca em um instante breve,
Pender-te no meu pescoço feito um pingente ou um amuleto,
Soprar-te torrencialmente e chover-te forte e arder tua pele,
Queria reivindicar-te! Poder gritar-te, poder sorrir,
Queria querer-te em dobro, e que me quisesses exponencialmente,
Perder-me em perder-te em mim, e encontrar-me em ti, e em ti somente
Cercar-me dos teus ajustes, do teu disfarce de perfeição,
Roubar-te toda a verdade, e fantasiar-te, inexistente,
Encontrar toda tua verdade e teus sentidos, indecifráveis!
Queria todo o desejo, toda mentira, todo teu caos.