O sabor do amor
Meio dia e quarenta minutos.
Eu leio um poema do Loures
E como pipoca doce da Emilia.
Olhos minhas unhas roídas,
Que teimam em serem roídas!
Ouço a distância,
Uma musica apavorante em louvor a um certo Jesus
(Gritos horrorosos, quase uma crucificação!)
Incomoda-me, a luz que me cega
Que susto, pensei que fosse... Outra coisa!
(Entrando pela janela)
Mas é a mesma coisa de sempre, o sol,
Em plena luz:
Caridoso
Bondoso
Afetuoso
Primoroso
E totalmente nu!
Em derredor bananas me olham!
(parei com a leitura!)
A poesia terminou;
Onde iniciou,
Nos olhos de boneca.
volto-me e encaro as bananas
(brilhantes, e felizes)
São bananas ouro, vindas da caçandoca
Do canteiro do seu Pedro
De quem não faço segredo
É ele, meu pai um bom velho mateiro
Por fim, cedo!
Comer-te-ei banana
Comerei tua terra
Comerei teu ar
Comerei tua cor
Comerei o suor das mãos de quem te colheu
E por fim serei eu e tu banana no gineceu da terra
Novas bananas
Novas pipocas
Novos poemas
E o velho temor:
quem são estas estranhas gentes
Que apertam frutas nas feiras?
Elas choram?
elas riem?
Elas rimam?
Elas conspiram?
Elas lamentam?
Elas plantam?
Elas serão sementes?
Ou... Morrerão cascas?
Meio dia e quarenta minutos.
Eu leio um poema do Loures
E como pipoca doce da Emilia.
Olhos minhas unhas roídas,
Que teimam em serem roídas!
Ouço a distância,
Uma musica apavorante em louvor a um certo Jesus
(Gritos horrorosos, quase uma crucificação!)
Incomoda-me, a luz que me cega
Que susto, pensei que fosse... Outra coisa!
(Entrando pela janela)
Mas é a mesma coisa de sempre, o sol,
Em plena luz:
Caridoso
Bondoso
Afetuoso
Primoroso
E totalmente nu!
Em derredor bananas me olham!
(parei com a leitura!)
A poesia terminou;
Onde iniciou,
Nos olhos de boneca.
volto-me e encaro as bananas
(brilhantes, e felizes)
São bananas ouro, vindas da caçandoca
Do canteiro do seu Pedro
De quem não faço segredo
É ele, meu pai um bom velho mateiro
Por fim, cedo!
Comer-te-ei banana
Comerei tua terra
Comerei teu ar
Comerei tua cor
Comerei o suor das mãos de quem te colheu
E por fim serei eu e tu banana no gineceu da terra
Novas bananas
Novas pipocas
Novos poemas
E o velho temor:
quem são estas estranhas gentes
Que apertam frutas nas feiras?
Elas choram?
elas riem?
Elas rimam?
Elas conspiram?
Elas lamentam?
Elas plantam?
Elas serão sementes?
Ou... Morrerão cascas?