CATAVENTOS



A incerteza é nossa companheira constante
e graças a ela caminhos são abertos
em busca de respostas,
trancas são derrubadas para abrir portas.
Viver sem isso seria
o caos do tédio total e insuportável.
Somos frágeis cataventos
à espera de uma brisa
que nos acaricie
e mova as nossas asas
sempre que se quedem silenciosas;
sendo ondas que vão e vêm...
nos navegamos em barcos ao acaso
ainda que imaginemos ter rotas traçadas.
E precisamos ver no olhar do outro
a nossa própria imagem confirmada.
Na boca do amado, 
 o beijo esvoaçante ou sôfrego
buscado em lufadas de vento arisco; 
sopros de vida movendo moinhos
nas respirações ofegantes  dos amantes;
vento norte, vento sul, revoadas
de pássaros em manhã recém-nascida;
na boca do espanto a queda infinita
girando, girando, cataventos...
vivendo, indo e voltando, momentos...
aqui e ali, de tudo, fragmentos...

 


 

tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 10/04/2010
Reeditado em 10/04/2010
Código do texto: T2188436
Classificação de conteúdo: seguro