PREMONIÇÃO

Havia na tarde um quê de delícias,

Não que fosse promessa.

Apenas havia o que não decifro e

Mordisco em minhas células;

Vertigem que suor tinge

De antigas dores, arco de cores,

Íris!

Havia na tarde um quê de amores,

Não que não soubesse.

Apenas havia esquecido o calor,

E o frio que dá do que ainda não

aconteceu, mas irá!

Não crês?

Então depressa; toca a campainha.

Sorria a luz que adivinha o pulsar,

Vista o inesperado e o avesso,

Atravesse véus engavetados,

Quem sabe quão guardados foram,

Esperando você.

Mirea
Enviado por Mirea em 09/04/2010
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