PREMONIÇÃO
Havia na tarde um quê de delícias,
Não que fosse promessa.
Apenas havia o que não decifro e
Mordisco em minhas células;
Vertigem que suor tinge
De antigas dores, arco de cores,
Íris!
Havia na tarde um quê de amores,
Não que não soubesse.
Apenas havia esquecido o calor,
E o frio que dá do que ainda não
aconteceu, mas irá!
Não crês?
Então depressa; toca a campainha.
Sorria a luz que adivinha o pulsar,
Vista o inesperado e o avesso,
Atravesse véus engavetados,
Quem sabe quão guardados foram,
Esperando você.