A MUSA E O POETA

O que será que nesta musa te encanta?

A beleza aparente que não tem

O olhar que promete querer bem

A palavra de amor que escreveu?

As sensações sugeridas, pelo ar

Deixando o resto pra você adivinhar

No vago verso de amor que você leu?

O que será que nesta musa te encanta?

A entrelinha que esconde a afeição

Aquele toque que te abre o coração

O jeito claro de dizer o que não quer?

O seu desejo de amor imaginado

O anseio mudo, mas ainda tão guardado

De encontrar o que sonhou nesta mulher?

Em ti, poeta, o que será que me encanta?

Ser cada verso que escreve todo dia

Ser o alento em sua tarde tão vazia

Ser seu capricho, sua amante já reclusa?

Sendo de ti, inspiração e fantasia

Já sou eterna, imortal na poesia

Querendo ser para sempre sua musa.

Este símbolo de tamanha inspiração,/Advém dos primórdios dos humanos,/Faraós se espiravam tão profanos,/Na beleza das Egípcias endeusadas.//Foi passado o costume para o próximo,/Hoje em dia muito mais utilizado,/Os poetas se inspiram como podem,/Almejando um dia serem afagados.//Não me furto a também fazer bom uso,/Das nuances deste ser lindo e profundo,/Quase sempre me deixando mas confuso.//Mal fadada esta musa é um desengano,/Tantas vezes em um sonho desnudada,/E morreremos sem se quer ter a tocado.//

(Preciosa interação do mestre Miguel Jacó; muito grata Miguel)