Quarta-feira

Ah! Como eu queria neste momento de taças caídas

Jogar minhas pernas sobre sua alma desvalida

E cantar as canções de outrora falidas

Ah! Como eu poderia sugar seus lábios

Numa tarde sofrida de calores infernais

e tirar dos seus olhos a secura outonal

Ah! Sim você gritaria e diria não pare jamais

Nesse tempo inquieto de corpos sofridos

Meu gozo geme por tempos matinais

Ah! Mas minha alma sucumbiria ao termo

De uma pausa de um não lhe quero e jaz

Para deitar sobre as flores do campo em paz

Ah! Você me libertaria com suas mãos de homem

Na noite irreverente de trôpegos cais

A me contar seus reveses sussurrando vem mais

Ah! Eu correria pelos bosques das fadas

Pensando na espada do cavalheiro fugaz

Que não teme a batalha e corre feroz

Ah! Vem a luta e não descansa o herói

Em sua causa de canto encanto maior

Joga o corte e assassina o algoz

Ah! Desfila em mim sua força melhor

Derrube nos becos a esperança do pó

Faça de nós uma bebida na noite fria...

Que teme o calor de uma quina qualquer.

Solange Pereira Pinto
Enviado por Solange Pereira Pinto em 17/08/2006
Reeditado em 19/08/2006
Código do texto: T218346