*INVENTO PAIXÕES*
Eu que toda vez enlouqueço, invento paixões!
Me lanço, me dedico, me entrego,
Me coloco a deriva, não imponho condições.
Vivo o momento, a perigo, toda vez é vôo cego.
De repente me perco em um novo coração.
Me enlaço, me desfaço, me entrego à emoção.
De sentir, de não pensar, de girar em torno de uma nova paixão.
Sem limite, sem cuidados, sem noção, sem proteção.
Mas de repente vem tanta desilusão...
Do outro lado não tinha mais dedicação.
Havia medo, cautela demais, vaidade quem sabe.
Deu um nó, saiu de sintonia, fiquei perdido de verdade.
Eu esperava demais, mas quem me amava não era capaz,
De mergulhar, de se entregar, completamente, incondicionalmente.
Eu acenava mas não me devolvia, eu pedia, mas em mim não mais refletia.
Virou silêncio, ficou frio, endureceu, virou espera, demora, agonia.
Eu que cansei, não me conformei, relutei, mas não mais me entreguei.
De tudo que era tão bom sentir, ficou a sensação de não mais existir...
O que era para ser puro, belo e sem fim de repente termina assim!
Por descuido, por receio, por confusão, talvez por falta de atenção.
Eu só queria mais tempo para nós dois, tal como era no início,
Infelizmente não tinha mais, para dez minutos era um suplício.
Não dá pra entender que gostar é esse que chega a fazer pouco caso!
Esse gostar que parece não fazer mais questão, é sem emoção, vira desilusão.
Mas meu coração de repente se desarma, se esquece, se refaz,
Dor e solidão não mais me invadem a alma, parece, que disso não sofro mais.
Estou leve, tirei o peso do corpo e o sufoco da alma.
Estou envolto de paz, de novo, aqui dentro uma calma...
Mas se eu invento paixões, então até quando vai durar o sossego?
Como viver sem me envolver novamente e sem medo?
Se eu não sei viver sem inventar paixões...
Como será de novo com quem vier pela frente?
Se eu invento paixões, não tem jeito, espero apenas, que seja diferente...
...