INFORTUNO DESOLADO

Busque-me o que não o sou- o amado

A distância de uma terra longínqua- meu apetrecho

Amarga-me a dor de uma viagem não encontrada

A lucidez trazida pelo simples Tc de uma tecla trêmula

Ser o motivo de tua alegria, o teor de tuas palavras escritas

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Dos olhos fitados em teu brilho labial

Pegue-me, torne-me ainda mais invisível- embora tardio

Deixe-me trazer à tona

De um desenho encantado em teu vestido verde

Daquela branca de neve, em meus abraços prensados

&

Fico a me desolar de uma boca avermelhada

Escorrendo meus dedos em tela plana

Incansável a imaginação; Incansável ao medo

De amar o amor ainda não tocado

Senti o que não posso senti; agarrar-me-ei, num simples papel;

&

Desolado fico em rede ligada

Ao agraciar tua púrpura sombra tingida

Tornando sua face atraente ainda mais- fascinante

Fugir-te, parece tornar-me eivado de bruma

Que repentinamente surge, melódica, nos transportando além do inventado

&

Desolado ainda mais fico, navegando um perfil sobrenatural

Que feitiços me encobrem, barbaridades penso- me entregar?

Presto a ti reverência sem deslizar os olhos por terra

Prefiro uma ânsia, a travesseiro gelado

Melancolias me cercam, o amor aparece com soluços imemoráveis

&

Imemoráveis a mim, são os sinais alaranjados

Que me acorda; que me estimulam

Chegando a me dar coragem e jamais temer o amor

Quebrando a minha utopia, querendo você- o amor?

Nesse amor, não há freios, ainda desejo você

Seja minha barca- levando-me para distante da terra, faz-me sonhar!

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Dedicada a Jozy Nathyele__________

Queiroz Filho
Enviado por Queiroz Filho em 06/04/2010
Código do texto: T2180548