Insegurança ( A UM CASAL DE AMIGOS)

As circunstâncias pelas quais decidimos passar,

Faz-nos inseguros nesse momento, ainda que juntos.

Não sabemos ao certo o que construiu essa nossa insegurança.

O que sabemos é que ultimamente ela tem feito parte do que somos.

Mas se somos amores até onde nos toca essa sensação estranha e pálida?

Certamente em algumas pequenas coisas que construímos.

Construímos a condição mínima de existir um no outro,

E assim sobrevivemos o que nos existe de bom e único.

Permanecemos um no outro por toda a duração do momento,

E quando menos esperamos, achamos um no outro a razão para questionar.

Questionar além das dúvidas que se chega a nós,

E quando menos esperamos nos deparamos com a velha discussão.

Discutimos em tom de renúncia o amor de quem falamos agora a pouco,

E assim desgastamo-nos sem mais querer.

Notamos, portanto, que aos poucos damos crédito ao fim da relação,

Mas o que nos prende é bem mais forte.

É bem mais forte porque nos escolhemos, eu para você e você para mim.

Desta forma somos bem mais que seres apaixonados, somos amantes.

E que fale a opinião do outro, do outro que se coroe com a nossa felicidade.

Decidimos então. Amamos-nos, e de quê servem as renúncias?

De nada, absolutamente nada. Temos tudo o que nos mantém entrelaçados,

Basta apenas que descubramos além das impossibilidades o que somos.

Somos dois em um. E por tudo isso peçamos amor infinito,

Para que assim possamos adormecer envolvendo-nos nessa felicidade constante.

Rônet Alves de Matos.

Aracati, madrugada de 02 de abril de 2010.